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Brasil e Colômbia assinam acordos para impulsionar relação

9 out 2015 - 22h38
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A presidente brasileira Dilma Rousseff e o colombiano Juan Manuel Santos anunciaram nesta sexta-feira uma série de acordos bilaterais que, segundo eles, devem levar os dois países a um novo patamar de relações econômicas e comerciais.

O anúncio foi feito durante uma visita oficial de Dilma a Bogotá. Os acordos envolvem áreas como facilitação de investimentos, comércio de veículos, economia agrícola e pesquisa e educação.

“Estamos no início de um novo caminho (nas relações bilaterais)”, disse Dilma no encerramento de um Fórum de negócios com empresários dos dois países, que coincidiu com a a visita oficial.

Durante a passagem de Dilma por Bogotá, foi acordado que serão estipuladas cotas para que os dois países possam comercializar carros a tarifa zero.

O Brasil poderá exportar 12 mil unidades para a Colômbia neste regime no primeiro ano de vigência do acordo, que tem previsão de oito anos. No segundo, a cota já aumentará para 25 mil, passando a 50 mil a partir do terceiro ano.

Investimentos

Também foi assinado um acordo de promoção e facilitação de investimentos, que prevê mecanismos para a mitigar riscos e prevenir conflitos envolvendo empresas.

Foi o primeiro acordo deste tipo fechado na América do Sul, embora já tenha sido assinado um mecanismo de cooperação semelhante com o México.

Além disso, o Brasil se comprometeu a ajudar o governo colombiano a criar programas e inicitaivas de apoio a agricultura familiar.

“Se tem um pais que fez algo de bom na agroindústria e agricultura familiar, esse pais foi o Brasil”, disse Santos.

Parceria alternativa

Em um momento em que a Argentina e a Venezuela passam por graves dificuldades econômicas, o Brasil parece ver na Colômbia uma alternativa de parceria regional no médio prazo.

“A economia da Colômbia e uma das mais promissoras do nosso canto do mundo”, disse Dilma em Bogotá.

País de política econômica estável, a Colômbia cresceu 4,5% no ano passado e deve crescer perto de 3% este ano na previsão de analistas.

Além disso, o governo colombiano recentemente concordou com a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colímbia (Farc) em chegar a um acordo de paz definitivo em seis meses.

E a perspectiva de um fim do conflito amplia a expectativa de que haja uma melhoria ao ambiente para os negócios no país.

“Se conseguimos assinar a paz, teremos uma serie de oportunidades novas nas quais o Brasil pode participar de forma muito importante”, disse Santos.

Hoje, os ativos das empresas brasileiras na Colômbia somam US$6 bilhões, segundo o Itamaraty. Entre as empresas que atuam no país estão Petrobras, Natura, Votorantim, Gerdau e as construtoras OAS e Odebreccht.

A relação comercial bilateral saltou de US$ 1,5 bilhão em 2004 para mais de US$ 4 bilhões em 2014 – alta de 165%.

Crise brasileira

Durante as 20 horas que passou em Bogotá, Dilma não respondeu perguntas de jornalistas, conseguindo evitar o tema da crise política.

Em um discurso, ela comentou sobre a crise econômica brasileira, argumentando que o processo seria uma “oportunidade” para fazer “reformas estruturantes que permitam à economia brasileira saltar de patamar.”

“Estamos fazendo uma redução do tamanho do Estado. Isso é o que chamamos de tentar usar a crise como oportunidade”, disse Dilma.

“Os ciclos vão existir sempre. Mas temos de fazer que nossas economias sejam mais robustas e mais capazes de transitar por esse período.”

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