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Brasil amplia área protegida e pede que crise não impeça metas ambientais

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BRASÍLIA, 5 Jun 2012 (AFP) -O Brasil anunciou nesta terça-feira a adesão de um milhão de hectares ao seu território protegido e pediu que a crise econômica não sirva de desculpa para deixar de se preservar o meio ambiente, às vésperas da conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, a Rio+20.

Por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, a presidente Dilma Rousseff assinou 12 decretos que criam e ampliam as áreas de preservação ambiental, ampliam os territórios indígenas e estabelecem critérios ''verdes'' para a aquisição governamental de bens e serviços, que chegam a 16% do PIB.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, com as novas medidas, as áreas protegidas no Brasil somam 77 milhões de hectares, inclusive as reservas indígenas.

Com uma extensão de 8,5 milhões de km2, "o Brasil responde por 75% das áreas de preservação ambiental criadas no planeta desde 2003", sustentou Rousseff durante cerimônia acompanhada pelos mais altos encarregados da ONU no meio ambiente.

Dilma também anunciou uma redução histórica no desmatamento da Amazônia em 2011, com um total de 6.418 km2 contra o pico de 27.000 km2 desmatados em 2004.

"Mais de 80% da vegetação original da Amazônia permanece intacta e entre 2004 e 2011, o índice de desmatamento na região sofreu queda de 78%", acrescentou.

A presidente aproveitou a cerimônia para lançar a conferência Rio+20, que terá início em 13 de junho e que reunirá mais de uma centena de chefes de Estado e governo na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 20 e 22 deste mês.

Rousseff fez um apelo para que a crise não sirva de desculpa para abrir mão dos esforços de preservação do planeta.

"A crise não pode ser um argumento para que sejam interrompidas as medidas de proteção ao meio ambiente, como não pode ser um argumento para que se interrompam as políticas de inclusão social", afirmou.

Neste sentido, o Brasil "crescerá e manteremos nossas políticas e nosso compromisso com a sustentabilidade. Não permitiremos que nenhuma das nossas conquistas sejam destruídas ou derrotadas".

O diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, cumprimentou o Brasil por suas "iniciativas inspiradoras" no combate à pobreza, o desenvolvimento da economia verde e a queda do desmatamento, principal responsável pelas emissões de gases causadores do efeito estufa no Brasil.

Steiner defendeu que a cúpula Rio+20 inclua metas para reduzir a pobreza e uma mudança nos modelos econômicos que "impulsionaram a operação de destruição do planeta Terra".

Dilma também anunciou a adesão do Brasil a duas convenções internacionais: uma para proteger espécies migratórias silvestres (Convenção de Bonn) e outra para distribuir de forma equitativa os lucros obtidos com recursos genéticos (Protocolo de Nagoya).

A chefe de Estado disse que seu país assumirá os desafios que se desprendem a ser "um dos três maiores produtores de alimentos do mundo e dono de uma das maiores reservas de água doce".

"O Brasil tem uma grande responsabilidade perante o mundo, não voltaremos atrás diante deste grande desafio. Vamos alimentar nosso povo, vamos alimentar o mundo, vamos continuar gerando energia limpa e preservando nossas riquezas naturais", afirmou.

vel/nr/ad/mvv/dm

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