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BEA: circunstâncias da queda do AF 447 serão reveladas na 6ª

25 jul 2011 - 08h44
(atualizado às 09h37)
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O Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), órgão oficial encarregado das investigações do acidente com o voo AF-447, que caiu no Atlântico em junho de 2009 com 228 pessoas a bordo durante a rota Rio-Paris, anunciou nesta segunda-feira que, na próxima sexta-feira, as circunstâncias exatas do acidente serão reveladas.

As caixas-pretas foram apresentadas à imprensa e às famílias das vítimas poucas horas após chegarem à França
As caixas-pretas foram apresentadas à imprensa e às famílias das vítimas poucas horas após chegarem à França
Foto: AFP

O terceiro relatório sobre o acidente que será divulgado pelo BEA apresentará as "circunstâncias exatas" do que aconteceu com o Airbus A330 da Air France e dará conta de "novos fatos estabelecidos" depois da análise dos dados contidos nas duas caixas pretas retiradas do fundo do mar no início de maio, o que já permitiu reconstituir os últimos instantes de voo.

Até agora, o BEA considera que um defeito nas sondas de velocidade (sensores) Pitot foi um dos fatores do acidente, mas sempre afirmou que a explicação definitiva só poderia ser conhecida quando fossem recuperadas as caixas pretas. Segundo as autoridades, o mau funcionamento das sondas não explica por si só o acidente. As duas caixas pretas, que registram os parâmetros de voo e as conversas na cabine dos pilotos, foram trazidas à superfície no início de maio, depois de passar 23 meses a 3,9 mil m de profundidade no Oceano Atlântico.

O acidente do AF 447

O voo AF 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu em meio ao oceano.

Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca do País. Naquela ocasião, foram resgatados apenas 50 corpos, sendo 20 deles de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em uma nova fase de buscas coordenada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, que localizou a 3,9 mil m no fundo do mar a maior parte da fuselagem do Airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada.

Após o acidente, dados preliminares das investigações indicaram um congelamento das sondas Pitot, responsáveis pela medição da velocidade da aeronave, como principal hipótese para a causa do acidente. No final de maio de 2011, um relatório do BEA confirmou que os pilotos tiveram de lidar com indicações de velocidades incoerentes no painel da aeronave. Especialistas acreditam que a pane pode ter sido mal interpretada pelo sistema do Airbus e pela tripulação. O avião despencou a uma velocidade de 200 km/h, em uma queda que durou três minutos e meio. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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