Após tragédia, Angra dos Reis começa a perder turistas
A tragédia em Angra dos Reis começa a afetar o turismo. Visitantes anteciparam a saída da cidade e reservas em hotéis e pousadas foram canceladas. Empresários do setor, que corresponde a mais de 30% da economia da região e gera aproximadamente 10 mil empregos, estão apreensivos. O governo Estadual anunciou que abrirá linhas de crédito para moradores e comerciantes de Angra.
Nesse domingo, um grupo de donos de hotéis e pousadas da Ilha Grande se reuniu com o presidente da Fundação de Turismo de Angra dos Reis (TurisAngra), Marcus Veníssius Barbosa, para cobrar providências. De acordo com César Augusto do Santos, 49, dono da pousada Recreio da Praia, em Abraão, na Ilha Grande, todos os seus hóspedes cancelaram as reservas. "O mês de janeiro é o de maior movimento, mas minha pousada está vazia. Queremos ações da TurisAngra. O turismo gera quase 100% da renda na Ilha Grande", desabafou, frisando que mesmo áreas distantes dos locais da tragédia estão sendo prejudicadas. "A Praia do Abraão é longe de Bananal, não teve qualquer problema. Mas a forma como as autoridades estão tratando o assunto aterrorizou as pessoas".
No Centro de Angra, hotéis também sentem os efeitos. "De um dia para o outro, o hotel esvaziou. Os 29 quartos estão vagos", lamentou Sônia Galvão, gerente do Hotel Cherry.
O vice-prefeito de Angra, Essiomar Gomes, prometeu apoiar os empresários: "O prejuízo é muito grande. Precisaremos de ajuda Estadual e federal para reconstruir tudo, mas vamos dar todo o apoio ao setor". O presidente da TurisAngra garantiu que a estrutura turística da cidade não será afetada. "Angra está de luto, mas tem capacidade de resposta rápida. O movimento de turistas para o Carnaval não será afetado", afirmou. Angra tem cerca de 10 mil leitos em hotéis e pousadas. Por ano, só para as festas de Revéillon, a cidade - terceiro destino mais visitado por estrangeiros no Rio - recebe mais de 200 mil turistas.
Linhas de crédito
O governador Sérgio Cabral determinou que sejam abertas linhas de crédito para moradores e comerciantes que tiveram prejuízos em Angra e na Baixada. Pessoas físicas terão direito a até R$ 5 mil, com juros de 12,25% ao ano; o prazo para pagamento será de 15 meses. Para pessoa jurídica, o limite será de até R$ 50 mil. Os juros variam entre 7,25% e 9,25% ao ano, com 24 meses de prazo. Postos de cadastramento serão instalados esta semana.
-t4fjq8nddboj.jpg)
