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Site do ONS é suscetível a ataques de hackers, diz jornal

16 nov 2009 - 09h07
(atualizado às 09h12)
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O endereço público na internet do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentava, até a última quinta-feira, vulnerabilidades que facilitavam a invasão de hackers. Somente na sexta-feira, três dias depois do apagão, é que as falhas visíveis foram corrigidas. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

 A avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio, ficou iluminada apenas pelos faróis dos veículos
A avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio, ficou iluminada apenas pelos faróis dos veículos
Foto: AP

De acordo com o jornal, existiam diversos setores no site do ONS que permitiriam aos hackers descobrir quais programas internos eram utilizados pelo órgão para armazenar dados. Além disso, também há indícios de que porções do monitoramento do sistema elétrico poderiam ser acessadas de forma remota.

As falhas no sistema do ONS foram apontadas por Maycon Maia Vitali, 23 anos, em seu blog (http://blog.hacknroll.com). Segundo Vitali, que é formado em computação e professor de um curso de extensão chamado Ataques web, no Centro Universitário Vila Velha, da forma como site estava, um aluno seu com apenas cinco horas de aula estaria apto a invadir o sistema.

Na sexta-feira, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que falha tinha sido corrigida. Ao serem consultados pela reportagem da Folha sobre a possibilidade do sistema das empresas de energia sofrerem ataques por meio da internet, o ONS, a Agência Nacional de Energia Elétrica(Aneel), a Presidência da República e o Ministério da Defesa negaram existir essa possibilidade.

De acordo com o jornal, as máquinas usadas para monitorar a rede de geração e distribuição de energia não ficariam conectadas à web. Entretanto, ao analisar o site do ONS foi possível encontrar algumas frestas, pelas quais um especialista poderia entrar e causar danos.

Falhas

As falhas encontradas no site da ONS até quinta-feira seriam consideradas primárias, como a utilização do mesmo endereço público do ONS na internet para ser a porta de acesso a um sistema reservado por meio de senhas. Para descobrir este endereço seria necessário acessar o site do ONS e digitar à frente desse endereço a expressão "robots.txt".

Ao ser executado, esta página levaria a um outro site com endereços reservados do órgão. Em um destes endereços, surgiriam todas as opções de acesso de dados e controles reservados do ONS. Isso, segundo Vitali, permitira um ataque de hackers.

Entretanto, ainda não há indícios de que o apagão tenha realmente sido causado por uma invasão de hackers e nem que o sistema do ONS e das empresas de energia no Brasil tenham sofrido algum ataque.

ONS explica que houve falha, mas não de hackers

Segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que, ao perceber que o sistema era vulnerável, procurou ajuda da própria comunidade de inteligência nessa área. As falhas teriam sido consertadas na sexta-feira.

Chipp também afirmou que o site do ONS passa por constantes aperfeiçoamentos, como forma de um trabalho preventivo contra a ação de hackers. Entretanto, ele disse que não existe forma 100% segura contra a ação de invasores. "Quem disser que tem 100% de proteção contra hackers está mentindo".

O diretor-geral descartou a chance do apagão ter sido causado pela ação de hackers e afirmou que as causas do blecaute da última semana já foram esclarecidas.

Fonte: Redação Terra
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