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Lobão: apagão ocorreu por fatores climáticos concentrados

11 nov 2009 - 19h13
(atualizado às 21h44)
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Keila Santana
Direto de Brasília

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico concluiu que a causa do apagão que atingiu 18 Estados do País foi a concentração de raios, ventos e chuvas na região de Itaberá, em São Paulo, o que provocou um curto-circuito em 3 linhas que ligam Furnas a Itaipu. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que não há outro motivo além das condições climáticas para a queda do fornecimento de energia. Lobão negou mais uma vez que o sistema brasileiro seja frágil e que faltam investimentos na área.

"Chegamos a conclusão que (o problema) ocorreu por descargas atmosféricas e ventos muitos fortes. Houve uma concentração de fenômenos atmosféricos muitos fortes, gerando um curto-circuito", disse o ministro, que desde ontem trabalhava com a hipótese de fatores climáticos.

"O sistema que temos no Brasil é bom. Uma das máquinas perfeitas criadas pelo homem é o avião e ele cai. O que houve foi uma concentração muito grande dos fenômenos atmosféricos. As linhas não conseguiram sustentar. O sistema brasileiro não é frágil, é forte, tanto que voltou em quatro horas, sendo que em outros países que passaram por isso levaram-se 4, 5, 6 dias para restabelecer", disse.

Lobão voltou a citar os blecautes de 1999 e 2002, comparando números. Segundo ele, o apagão de ontem afetou 40% da energia, enquanto nos outros incidentes o problema registrado em 70% e 60% da carga.

O diretor do Operador Nacional de Sistema, Luiz Barata, disse que o sistema de segurança funcionou corretamente, apesar das 3 linhas de transmissão terem falhado. "O sistema de proteção desligou a rede para evitar danos maiores. Não houve erro. O sistema de ilhamento atuou corretamente, separou o sistema Sul do Norte e Nordeste. Os esquemas impediram a propagação desse defeito para todo o País. Houve problema sério, mas foram corretas as decisões", disse.

Falta de Luz

Por volta das 22h30 de terça-feira (10), as 18 unidades geradoras da usina de Itaipu começaram a "rodar no vazio" - ou seja, não conseguiam passar eletricidade para a rede distribuidora. O problema atingiu pelo menos 18 Estados, sendo que quatro deles (Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo) ficaram completamente às escuras. Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia foram parcialmente atingidos pela falta de luz. A situação foi normalizada entre a noite de terça-feira e a madrugada e manhã desta quarta-feira.

Três linhas de transmissão com problemas teriam causado o apagão. De acordo com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, duas das linhas vão de Ivaiporã, no Paraná, a Itaberá, no sul de São Paulo. A terceira liga Itaberá a Tijuco Preto, no sul de Minas Gerais. O problema, afirma Zimmermann, foi possivelmente causado por condições meteorológicas adversas.

Com 18 unidades geradoras e 14 mil megawatts de potência instalada, a usina binacional de Itaipu fornece 19,3% da energia consumida no Brasil e abastece 87,3% do consumo paraguaio. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), 28,8 mil megawatts de potência foram perdidos com a pane, o que impossibilitou o fornecimento para as demais regiões. Para abastecer o Estado de São Paulo, por exemplo, são necessários cerca de 17 mil megawatts.

Fonte: Redação Terra
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