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Causa de apagão pode ser falha em subestações, diz associação

11 nov 2009 - 16h02
(atualizado às 18h37)
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O diretor da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), César de Barros Pinto disse nesta quarta-feira que, "descartadas as hipóteses de queda de linha e de tempestade de raios ocorridas simultaneamente em diversas linhas de transmissão", a hipótese mais provável para o apagão que atingiu ontem 18 Estados é a de falha de equipamentos das subestações de transmissão de energia.

O apagão atingiu 18 Estados
O apagão atingiu 18 Estados
Foto: Reinaldo Marques / Terra

Segundo Barros Pinto, não houve registro de queda de linhas de transmissão, e ainda não há confirmação de tempestade de raios na região que interliga Itaipu ao centro de carga de São Paulo no momento do apagão. "Pelo que vi na mídia, os registros de tempestades de raio diferem do momento em que ocorreu o apagão", disse.

"Apesar de ainda não sabermos qual foi a causa do apagão, acreditamos que um desligamento desse tipo é excepcional e só ocorre necessariamente por fatores diversos. Uma possibilidade que precisa ser investigada é a de falha nas subestações".

Ele explicou que o problema pode ter ocorrido a partir da falha de um disjuntor, que, dependendo do local, pode ter desencadeado um efeito dominó que desligou preventivamente outras linhas. "Pode também ter sido por uma atuação indevida da proteção diferencial de barra, que é um sistema de proteção similar ao que as casas têm para evitar curtos-circuitos", acrescentou.

O diretor da Abrate afirma também a possibilidade de que fatores humanos e técnicos possam ter causado o problema. "Isso é natural até mesmo em nosso sistema, que é muito bom e de grande confiabilidade".

Falta de Luz
Por volta das 22h30 de terça-feira (10), as 18 unidades geradoras da usina de Itaipu começaram a "rodar no vazio" - ou seja, não conseguiam passar eletricidade para a rede distribuidora. O problema atingiu pelo menos 18 Estados, sendo que quatro deles (Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo) ficaram completamente às escuras. Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia foram parcialmente atingidos pela falta de luz. A situação foi normalizada entre a noite de terça-feira e a madrugada e manhã desta quarta-feira.

Três linhas de transmissão com problemas teriam causado o apagão. De acordo com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, duas das linhas vão de Ivaiporã, no Paraná, a Itaberá, no sul de São Paulo. A terceira liga Itaberá a Tijuco Preto, no sul de Minas Gerais. O problema, afirma Zimmermann, foi possivelmente causado por condições meteorológicas adversas.

Com 18 unidades geradoras e 14 mil megawatts de potência instalada, a usina binacional de Itaipu fornece 19,3% da energia consumida no Brasil e abastece 87,3% do consumo paraguaio. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), 28,8 mil megawatts de potência foram perdidos com a pane, o que impossibilitou o fornecimento para as demais regiões. Para abastecer o Estado de São Paulo, por exemplo, são necessários cerca de 17 mil megawatts.

Agência Brasil Agência Brasil
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