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Oriente Médio

Ao chegar em NY, Iara Lee chama israelenses de assassinos

4 jun 2010 - 17h35
(atualizado às 19h30)
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Edu Graça
Direto de Nova York

A ativista brasileira Iara Lee, ocupante da embarcação de ajuda humanitária atacada por tropas de Israel ao tentar entrar na Faixa de Gaza na madrugada da última segunda-feira, desembarcou no aeroporto JFK, em Nova York, por volta das 15h desta sexta-feira (16h no horário de Brasília). Acompanhada por outros ativistas, ela chamou o governo israelense "de assassino e ladrão".

A cineasta Iara Lee (esq.) estava na frota de ajuda humanitária atacada em Gaza
A cineasta Iara Lee (esq.) estava na frota de ajuda humanitária atacada em Gaza
Foto: Reprodução

"Além de assassinos, pois entraram atirando na gente como se fosse a 3ª Guerra Mundial, eles também são ladrões. Estão editando imagens feitas por jornalistas que estavam nos barcos para contar a história do jeito deles, deturpando tudo", disse. A brasileira que mora nos Estados Unidos ainda afirmou que, apesar das mortes, considera o fato uma vitória. "É claro que foi uma vitória política. Infelizmente, é duro dizer isso, mas quando morrem ou são feridos cidadãos da Noruega, dos EUA, da Comunidade Européia, o mundo presta atenção. Não são apenas os palestinos sendo massacrados".

Iara chegou de Istambul, na Turquia, onde estava desde quinta-feira. Além dela, outros ativistas desembarcaram em Nova York, em dois aviões - um partiu da Turquia e outro da Alemanha. Eles foram recepcionados por manifestantes contrários a ação de Israel. Uma faixa de papel saudava o retorno do grupo. "Bem-vindos, patriotas da liberdade, ilegalmente presos por Israel!", dizia.

Elogio ao Brasil

No aeroporto de Nova York, a cineasta afirmou novamente ter três arquivos de imagens exclusivas e em alta definição dos ataques. O material ficou escondido na cueca de um cinegrafista da Sérvia, preso por um elástico. Após analisar detalhadamente o conteúdo, ela pretende divulgá-lo para a imprensa e encaminhar à ONU, com o intuito de auxiliar nas investigações do ataque.

"Assim que os navios israelenses nos abordaram, as mulheres foram para o convés. Ele (cinegrafista) conseguiu filmar alguma coisa, mas parou quando um soldado o ameaçou com um fuzil. Pretendo editar as imagens até domingo e divulgá-las tanto para a imprensa brasileira quanto para a norte-americana. Também quero enviar para a ONU, para ajudar nas investigações do incidente. Ainda estou com a imagem dos tiros, dos gritos, na cabeça. Mas medo eu não tenho", disse Iara.

A brasileira ainda elogiou a atuação do governo brasileiro, que criticou durante a ação do governo israelense. Para ela, o ataque a uma embarcação com ajuda humanitária pode fazer com que o governo americano reveja sua posição. Até então, os Estados Unidos sempre se posicionaram do lado de Israel no conflito. "A batalha a ser ganha agora é nos EUA, convencer a opinião pública norte-americana de que o bloqueio econômico a Gaza é imoral", afirmou.

Fonte: Especial para Terra
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