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Europa

Anvisa rastreia cidades onde houve implantes de silicone francês

5 jan 2012 - 17h47
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rastreou todos os municípios brasileiros onde foram feitas cirurgias plásticas com próteses mamárias da marca francesa Poly Implants Protheses (PIP). De acordo com o diretor adjunto do órgão, Luiz Roberto Klassmann, as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais serão acionadas para localizar os centros de saúde que fazem esse tipo de procedimento, na tentativa de buscar as pacientes.

Em dezembro, o governo francês recomendou a retirada dos implantes por apresentarem maior risco de romper ou vazar. Na terça-feira, foi publicado no Diário Oficial da União o cancelamento do registro das próteses mamárias PIP no Brasil. A Anvisa recomenda que mulheres com próteses mamárias procurem o serviço médico que realizou a cirurgia para uma avaliação da situação do implante.

Após participar hoje de audioconferência com representantes da Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde, Klassmann garantiu que não há novidades em relação às investigações por parte das autoridades da França. Ele acredita, entretanto, que a vigilância sanitária francesa deva divulgar uma nota com maiores esclarecimentos ainda nesta quinta-feira. Amanhã pela manhã a diretoria da Anvisa reúne-se com a empresa EMI, importadora das próteses PIP no País, para discutir o descarte dos implantes que estão em solo brasileiro e que não foram utilizados. Segundo Klassmann, será aberto inquérito sanitário, uma vez que a responsabilidade pela circulação de produtos de saúde é do detentor do registro.

O diretor destacou que a empresa tinha registro para importar apenas próteses mamárias destinadas à reconstituição do seio feminino (para mulheres que fizeram mastectomia) ou para fins estéticos (aumento das mamas). Hoje, notícias que saíram na França davam conta que a PIP também fazia próteses para aplicação nos glúteos, testículos e peito para homens.

A Anvisa já colheu também amostras para análise laboratorial das próteses em questão. Três laboratórios foram selecionados, mas os nomes não foram divulgados. De abril de 2010 até ontem, a agência contabilizou 94 registros sobre próteses, via ouvidoria e via sistema de notificação. Klassmann ressaltou que os casos de ruptura relatados não chegam a dez e ainda precisam ser investigados. O último registro foi feito no dia 25 de dezembro. Na próxima quarta-feira, representantes da Anvisa e do Ministério da Saúde reúnem-se com integrantes da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica na tentativa de aprovar um protocolo de atendimento para brasileiras que utilizam a prótese mamária PIP.

Agência Brasil Agência Brasil
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