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ANP critica Chevron por apresentar informações falsas

21 nov 2011 - 18h13
(atualizado às 20h18)
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Diogo Alcântara
Direto de Brasília

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, criticou a petroleira americana Chevron por não prestar informações precisas sobre o vazamento de petróleo no campo Frade, na Bacia de Campos, Rio de Janeiro. O acidente ambiental foi detectado no último dia 8, quando funcionários da Petrobras avisaram a Chevron sobre uma mancha de óleo na água. Segundo Lima, a ANP trabalhou no início do caso com "informação equivocada, informação falsa". Ele disse que a empresa poderá ser autuada.

Com banners e óleo fictício, ativistas do Greenpeace protestam diante do escritório da Chevron no centro do Rio
Com banners e óleo fictício, ativistas do Greenpeace protestam diante do escritório da Chevron no centro do Rio
Foto: Greenpeace / Divulgação

"Algumas coisas não funcionaram a contento. A agência não foi tratada, do ponto de vista da empresa concessionária, de forma correta. Faz parte as melhores práticas a informação precisa de todos os fatos relacionados com o incidente", afirmou Haroldo Lima. Além da multa de R$ 50 milhões já aplicadas pelo Ibama, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a empresa terá 24 horas para apresentar relatório produzidos. Ela não descartou multa adicional à empresa.

A ministra disse ainda que, apesar de o teto de multa ser de R$ 50 milhões, a Chevron poderá ser autuada por mais de uma infração ambiental, o que acarretaria num acúmulo de multas. A ministra, no entanto, não quis estimar em quantas categorias a concessionária poderá ser enquadrada. A Chevron também não apresentou um maquinário necessário para o abandono do poço de petróleo. Como concessionária, a empresa deveria estar com o equipamento no Brasil, mas na última hora disse que as máquinas ainda estavam no exterior. A ANP diz ainda que a empresa editou imagens do vazamento, o que forçou técnicos da agência a embarcar para a plataforma para verificar 24 horas de gravação na íntegra.

"Consideramos (o ocultamento de informações) um tratamento completamente inaceitável, tanto com a Agência Nacional do Petróleo, quanto com o governo brasileiro e o Brasil em geral. Uma empresa que edita imagens, que são de obrigação de fornecimento e manda essas imagens para a Agência Nacional do Petróleo editadas, com trechos cortados, e nós tivemos de embarcar, ir a bordo da plataforma para buscar as imagens nas 24 horas que elas foram adquiridas", disse a diretora da ANP Magda Chambriard.

Nesta tarde, a presidente Dilma Rousseff (PT) convocou uma reunião para tratar do vazamento. A responsabilidade do acidente foi assumida pela subsidiária brasileira da petrolífera americana. Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, haverá o "máximo de rigor sobre o exame (do acidente) e as providências". Ele disse que a presidente Dilma foi informada de todas as avaliações que estão sendo feitas.

Na manhã de hoje, Haroldo Lima estimou que o vazamento de óleo varie entre 2,7 mil e 3 mil barris, uma vazão média de 330 barris por dia - com pico de vazamento de cerca de 600 barris diários. O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, fez uma projeção menor, de 2,4 mil barris. Edison Lobão disse que o ministério de Minas e Energia acompanha de perto os desdobramentos do vazamento.

Ontem, a Chevron assumiu total responsabilidade pelo vazamento de óleo. Segundo George Buck, um acidente com origem em um poço exploratório perfurado pela companhia no campo de Frade foi interrompido e o óleo residual migrou para as rochas no fundo marinho, formando volumes bem menores, de dezenas e não centenas de barris por dia, como anteriormente. Hoje, a Chevron confirmou que recebeu as autuações e está estudando o assunto para decidir quais medidas tomar.

Fonte: Terra
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