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Agricultores não aceitam condições e sede do Incra continua ocupada

18 jul 2013 - 23h30
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A nova rodada de negociações entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) terminou nesta quinta-feira, mais uma vez, sem acordo. Diante do impasse, não há previsão para desocupação da sede do órgão, ocupada por agricultores familiares na madrugada de quarta-feira.

As conversas desta quinta-feira continuaram em torno da desocupação do prédio. O Incra não aceita negociar com os agricultores no imóvel, ao passo que a Fetraf se nega a deixar o local sem que haja uma sinalização do Incra de que as reivindicações serão atendidas. De acordo com o coordenador-geral da Fetraf, Francisco Lucena, o órgão propôs que os trabalhadores passassem a noite de hoje na garagem do prédio, liberando os demais andares, e, pela manhã, fossem para a Superintendência do Distrito Federal e Entorno, local considerado pouco estratégico para as pretensões do grupo. A proposta rejeitada pelos agricultores.

Enquanto os agricultores continuam no prédio e tentam costurar um acordo com o Incra, a liminar que determina reintegração de permanece valendo. Na tentativa de expor os motivos da ocupação e evitar a cobrança da multa de R$ 5 mil por hora de descumprimento da ordem judicial, a Fetraf entregará na manhã desta sexta-feira um ofício à juíza federal Substituta Maria Cândida de Almeida, responsável pela liminar.

 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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