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Restrição de voos na Copa será feita por localização de estádios

21 mar 2014 - 18h55
(atualizado às 18h58)
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A Aeronáutica brasileira esclareceu nesta sexta-feira as medidas de defesa aérea e de restrição de voos nas cidades-sede durante a Copa do Mundo. Em entrevista em Brasília, representantes do Comando da Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) explicaram que as ações seguem critérios de segurança internacionais e manutenção dos níveis dos serviços de tráfego aéreo, com mínimo impacto para a aviação comercial.

“A integração é nosso grande trunfo no controle do espaço aéreo brasileiro. Foi com essa mesma sincronia, mesmo princípio que os órgãos envolvidos desenvolveram um plano econômico e eficiente para a Copa do Mundo de 2014, mantendo a soberania nacional e a segurança dos voos durante 24 horas”, explicou o major-brigadeiro do ar Antonio Carlos Egito do Amaral, chefe do Comdabra.

Segundo a aeronáutica, as ações de defesa aérea são baseadas em três áreas - reservada, restrita e proibida. A dimensão de cada uma é calculada a partir da localização dos estádios.

Na área reservada, que abrange a área terminal (TMA) da cidade-sede, poderão voar todas as aeronaves que têm plano de voo e código transponder ligado, ou seja, todas as aeronaves identificadas. Na área restrita, com raio de 7 milhas náuticas ou 12,6 quilômetros, não poderão entrar as aeronaves da aviação geral e táxi aéreo. Na área proibida, com raio de 4 milhas náuticas ou cerca de 7,2 quilômetros, só poderão entrar aeronaves de segurança e de captação de imagens previamente autorizadas pelo Comdabra.

Áreas de segurança são ativadas de acordo com o horário dos jogos

As áreas de exclusão aérea serão ativadas somente nas cidades-sede e tem sua ativação de acordo com horário do início do jogo: para a abertura e encerramento, as áreas serão ativadas três horas antes e quatro horas após o início do jogo; para os jogos da primeira fase da competição, o tempo de restrição será de uma hora antes e três horas depois; nas demais fases, uma hora antes e quatro horas depois.

O período de desativação, após encerramento das partidas, pode variar de acordo com o fluxo de saída dos torcedores dos estádios. “Conforme observamos durante a Copa das Confederações, a intenção é de que circulação do espaço aéreo nas áreas de exclusão retorne ao controle do DECEA quando 70% dos torcedores já tiverem se retirado dos estádios”, afirmou o oficial-general.

Segundo a Aeronáutica, o modelo de restrição de áreas já foi implementado durante os eventos sediados pelo Brasil como a Rio+20, a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, bem como em outros países durante grandes eventos, como é o caso da Alemanha e a África do Sul.

Caso uma aeronave entre em uma das áreas de exclusão, serão tomadas medidas de policiamento aéreo com a finalidade de averiguar a identidade da aeronave, forçá-la a modificar sua rota e persuadi-la a obedecer as ordens da defesa aérea. Essas medidas começam a valer ainda na área reservada, cuja distância do estádio pode ultrapassar os 100 quilômetros.

Impacto nos aeroportos

Durante a entrevista coletiva, também foram detalhadas as medidas de restrição aérea que irão envolver os aeroportos das 12 cidades-sedes durante o período da Copa. As regras não afetam os oito principais aeroportos brasileiros, como Guarulhos, Congonhas, Brasília, Galeão, Campinas, Confins, Natal e Porto Alegre, que concentram a maior movimentação aérea no País.

De acordo com o CGNA, unidade do Comando da Aeronáutica responsável pelo gerenciamento de todos os voos dentro da área de controle do espaço aéreo brasileiro, as ações para garantir a segurança têm impacto em 800 voos ao longo de dois meses. O número representa 1% dos voos programados para o período do evento. De acordo com a Anac, o número foi calculado em relação ao número de slots (1.600) solicitados pelas empresas para os horários, aeroportos e datas dos jogos. As medidas que serão implementadas durante o Mundial foram comunicadas às empresas aéreas ainda em janeiro deste ano.

“Nenhum aeroporto terá suas atividades totalmente suspensas. Será liberado para pouso ou decolagem. Nunca estará fechado totalmente”, detalhou o coronel-aviador Ary Rodrigues Bertolino, chefe do CNGA. É o caso dos aeroportos da Pampulha, em Belo Horizonte, de Fortaleza, Manaus, Recife, Salvador e Santos-Dumont (RJ). O aeroporto será fechado para pousos, mas as decolagens estarão liberadas. 

Fonte: Terra
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