PUBLICIDADE

Governo enviará tropas para garantir obras de Belo Monte

A construção já desencadeou diversos protestos de grupos indígenas, ambientalistas, colonos e ribeirinhos

25 mar 2013 - 12h13
(atualizado às 12h18)
Compartilhar
Exibir comentários

O governo federal anunciou nesta segunda-feira que enviará tropas da Força Nacional e Segurança Pública ao Pará para garantir a segurança e dar continuidade às obras da usina hidroelétrica de Belo Monte, construção que já desencadeou inúmeros protestos de grupos indígenas, ambientalistas, colonos e ribeirinhos. Portaria do Ministério da Justiça, publicada na edição desta segunda-feira do Diário Oficial da União, informa que o efetivo será enviado ao Pará por 90 dias - um prazo que poderá ser estendido - para "garantir a segurança das pessoas e do patrimônio", além de atender uma demanda do Ministério de Minas e Energia.

De acordo com a portaria, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, solicitou o envio de tropas no último dia 21, data em que um grupo de manifestantes, composto por índios, colonos e ribeirinhos, paralisou as atividades de cerca de seis mil operários no sítio Pimental, às margens do rio Xingu, em Altamira. A polêmica usina de Belo Monte é um dos principais projetos oficiais na área de energia e prevê que, uma vez concluída, será a terceira maior hidroelétrica do mundo, ficando atrás das de Itaipu, compartilhada com o Paraguai, e Três Gargantas, na China.

O governo calcula que a represa começará a operar em 2015 com uma potência máxima de 11.233 megawatts, que oscilarão de acordo com os níveis do rio Xingu, onde será emprazada. Segundo dados oficiais, a construção de Belo Monte representará a inundação de 516 quilômetros quadrados de floresta amazônica.

Grupos ambientalistas nacionais e estrangeiros sustentam que essas obras deslocarão cerca de 50 mil índios e nativos que vivem nas margens do rio Xingu e que, além disso, poderão causar "danos irreparáveis" ao já delicado ecossistema amazônico. Os protestos da última semana passada foram protagonizados por aproximadamente 150 índios, camponeses e ativistas da organização Xingu Vivo, que ocuparam os canteiros das obras e paralisaram a construção durante dois dias.

EFE   
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade