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Brasil propõe que G20 vigie planos de salvamento para evitar crise

6 mar 2009 - 12h18
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O Brasil proporá que na cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes), convocada em Londres para 2 de abril, sejam examinados os planos de salvamento econômico de diversos setores impulsionados no mundo todo para se "assegurar que não dão lugar a uma forma disfarçada de protecionismo".

O ministro de Exteriores, Celso Amorim, em entrevista publicada pelo jornal francês "Le Monde", disse que também no G20 começa "uma maior vigilância pelas instituições financeiras dos bancos privados, do sistema financeiro e dos fundos especulativos para evitar a repetição da crise atual".

Outra demanda é a revisão da arquitetura financeira internacional para que reflita melhor o crescente peso dos países emergentes.

"Isso deveria se traduzir na divisão do capital e dos direitos de voto do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde o Brasil está disposto a aumentar sua cota", disse.

Paralelamente, o FMI deveria supervisionar o bom funcionamento das economias dos países ricos, como já o faz com os pobres, e o Banco Mundial teria que dispor de um fundo de garantia dirigido aos países em desenvolvimento, em particular para aumentar os créditos destinados ao comércio entre Estados do Sul.

Amorim comemorou a "boa disposição" do presidente americano, Barack Obama, e considerou que isso pode ajudar a desbloquear as negociações para chegar a um acordo na Rodada de Doha sobre a liberalização do comércio mundial.

"Doha não é a panaceia, mas sem dúvida é o melhor antídoto frente a um esforço protecionista", argumentou, antes de advertir que se nas negociações forem introduzidas complexidades, se correria o risco de atrasar o compromisso por outros quatro ou cinco anos.

Além da reforma do sistema financeiro internacional, o chefe da diplomacia brasileira reiterou sua vontade de conceber uma nova forma de Governo mundial.

"Não é possível mudar as instituições financeiras sem modificar ao mesmo tempo as regras que regem a segurança internacional, o clima ou o meio ambiente", assinalou.

EFE   
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