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Bispos alemães fazem 'mea culpa' e pedem rigidez contra pedofilia

2 abr 2010 - 14h48
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Os bispos alemães fizeram hoje um ''mea culpa'' pelos casos de pedofilia em instituições católicas e pediram o endurecimento das leis contra esse delito.

O presidente da conferência dos bispos alemães, Robert Zollitsch, admitiu que pouca ajuda foi dada às vítimas.

A Igreja Católica "reconheceu os erros do passado" e "promete no futuro concentrar-se mais na ajuda às vítimas em vez de preocupar-se tanto com sua reputação", afirma Zollitsch em comunicado divulgado por ocasião da Sexta-Feira Santa por sua arquidiocese, em Freiburg (sul).

Em uma conjuntura social diferente da atual, "não foi dada suficiente atenção às vítimas, em parte por um temor equivocado de prejudicar a reputação da Igreja", admite o arcebispo de Freiburg, para quem esta é "uma realidade" que deve ser enfrentada.

"Devemos oferecer toda compaixão e apoio possível às vítimas", sustentou Zollitsch, ao destacar que os casos de pedofilia "horrorizam e envergonham" a Igreja.

A reação do arcebispo segue a linha da maioria das dioceses alemãs, que rezarão nas cerimônias de hoje pelas vítimas dos abusos sexuais.

O antecessor de Zollitsch à frente da conferência dos bispos alemães, Karl Lehmann, afirmou em seu sermão que os pedófilos "traem e enfraquecem o Evangelho de Jesus Cristo".

Para o bispo Stephan Ackermann, nomeado por Zollitsch como coordenador da Igreja Católica alemã para o esclarecimento dos casos e assistência às vítimas, é necessário um endurecimento das leis contra os abusos sexuais.

"Quando se dá um abuso, é preciso pedir um relatório legal sobre seu autor, independentemente de se o caso prescreveu ou não", afirma, embora deixe no ar se a Igreja deve denunciar ou não toda suspeita à Justiça.

"Sobre isto, ainda há muito o que discutir", disse Ackermann.

Em sua última assembleia, realizada sob o impacto dos escândalos de pedofilia, a conferência dos bispos da Alemanha decidiu que suspeitas "graves" deveriam ser informadas à Justiça, e não diante de qualquer suposto indício.

EFE   
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