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Autoridades confirmam nova morte por ebola em Serra Leoa

15 jan 2016 - 11h33
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Horas após a Organização Mundial da Saúde declarar a África Ocidental livre da doença, exames numa jovem morta apontam presença do vírus. País retoma medidas preventivas, como colocar áreas sob quarentena.

Autoridades de Serra Leoa afirmaram nesta quinta-feira (14/01) que uma mulher, morta num vilarejo no norte do país, teria sido contaminada pelo vírus do ebola. Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a nova morte por ebola no país.

Nesta quinta-feira, a OMS havia declarado que a África Ocidental estaria livre do vírus, pouco mais de dois anos após o início da epidemia. Entretanto, testes realizados numa estudante de 22 anos, morta no início do mês numa localidade próxima à fronteira com a Guiné, apresentaram resultados positivos.

"Os testes na vítima, realizados após a morte, foram feitos três vezes e todos deram positivo", afirmou Langoba Kelly, da agência de segurança nacional de Serra Leoa. "Nosso nível de prontidão permanece alto, uma vez que não desmontamos ou removemos as estruturas que utilizamos anteriormente no combate ao vírus", assegurou.

As autoridades rastreiam os contatos feitos pela jovem e enviaram equipes à região onde ela se encontrava. Segundo Kelly, algumas áreas serão colocadas sob quarentena.

Iniciado em dezembro de 2013 na Guiné, o surto de ebola se propagou depois para os vizinhos Libéria e Serra Leoa. Os três países concentraram 99% dos casos, bem como para a Nigéria e o Mali.

Em dois anos, o vírus da doença, identificado pela primeira vez há quatro décadas, chegou também à Espanha e aos Estados Unidos, tendo afetado 28.637 pessoas e matado 11.315 delas.

O balanço, que a OMS admite estar ainda subavaliado, é superior a todas as epidemias de ebola acumuladas desde a identificação do vírus na África Central, em 1976.

"Trabalho não está terminado"

Na ocasião do anúncio da OMS, autoridades de saúde haviam alertado sobre a possibilidade de que focos da infecção ainda poderiam persistir, apesar de aparecerem com frequência cada vez menor.

O diretor de avaliação de riscos de emergência e resposta humanitária da OMS, Rick Brennan, havia afirmado que "o trabalho ainda não está terminado". "Ainda há riscos de um reaparecimento da doença, em razão da persistência do vírus em uma proporção dos sobreviventes."

O vírus e alguns sintomas residuais permaneceram misteriosamente em alguns dos sobreviventes, mesmo após receberem alta. Algumas pesquisas indicam que a infecção pode permanecer por até quase um ano no esperma de homens curados.

A Libéria havia sido declarada livre do vírus em duas ocasiões, em maio e setembro do ano passado, antes do ressurgimento de pequenos focos da doença. Em dezembro, a OMS anunciou que aGuiné, onde o surto foi deflagrado, também estava livre das infecções por ebola.

RC/afp/dpa/ap

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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