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Assange: "O sistema americano se parece com o soviético"

22 dez 2010 - 19h03
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O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, declarou que "o sistema americano se parece com o soviético", porque, "sem nenhum processo judicial, as grandes companhias praticam censura econômica sob ordens de Washington".

"Visa, MasterCard, PayPal e Bank of America são instrumentos de controle da Casa Branca", afirmou Assange em entrevista que será publicada nesta quinta-feira pela revista francesa "Paris Match".

Na entrevista, o australiano lembra que o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou que o Departamento de Justiça americano busca vias legais para persegui-lo "por espionagem" e considera que sua popularidade o protege apenas "a até certo ponto".

"Tornei-me o alvo principal porque organizações tão poderosas não podem ser abaladas. Por isso, devem abater o personagem principal, ou seja, eu", declara Assange.

Segundo o polêmico jornalista, a decisão do WikiLeaks de não divulgar as identidades de seus informantes se deve ao fato de que dois de seus colaboradores no Quênia foram assassinados e outros sofreram ataques em Luxemburgo.

"Para nos proteger, para proteger nossas fontes, precisamos do sigilo. Não fazemos promoção da transparência, só da transparência nas organizações mais poderosas", acrescenta Assange.

O fundador do WikiLeaks também afirma que está isolado em uma residência na Inglaterra enquanto "as pessoas da Administração americana que organizaram milhares de mortes, crimes de guerra, torturas... Estão em liberdade".

"Somos uma organização valente, mas não poderosa", acrescenta Assange, que considera que seu projeto está atrasado e seu site está "a 50 anos de sua missão", que passa por "ajudar a construir um mundo mais civilizado".

Nos nove dias em que esteve preso na Inglaterra enquanto a Justiça britânica decidia sobre a solicitação de extradição apresentada pela Suécia, o australiano se deu conta de que está "em um bom caminho, embora os obstáculos sejam incômodos", revela.

Sobre as acusações de agressão sexual pelas quais a Justiça sueca o reivindica, Assange diz que sua perseguição está vinculada a pressões políticas e denuncia uma campanha midiática para prejudicá-lo e influir sobre o juiz que atua em seu caso.

EFE   
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