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As esperanças de medalha do Brasil em 2016

4 ago 2015 - 17h26
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Países-sede costumam apresentar melhor rendimento no quadro de medalhas. Meta estipulada pelo COB visa a marca inédita de ao menos 27 pódios. A um ano dos Jogos, confira onde estão as melhores chances brasileiras.

A exato um ano antes da abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, os atletas brasileiros estão se preparando para alcançar uma posição inédita no quadro de medalhas. A meta estipulada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no início deste ano, é de conquistar ao menos 27 medalhas e colocar o país entre os dez primeiros colocados.

Tradicionalmente o país anfitrião tem um melhor desempenho, comparado com edições antecessoras. Entre os países-sede dos últimos dez Jogos – somando exatos 30 anos – todos os anfitriões tiveram melhores resultados do que no evento anterior. Até mesmo a Grécia, que não possui grande aproveitamento nos Jogos, somou 16 pódios em 2004.

Nos Jogos de 1988 e 2000, Coreia do Sul e Austrália, respectivamente, estabeleceram suas melhores marcas, terminando em quarto no quadro de medalhas. Mas a evolução mais impressionante foi a da China: o país tinha conquistado 63 medalhas em Atenas e, em 2008, evoluiu para cem pódios e a inédita liderança no ranking.

Tal desempenho é utópico para o esporte brasileiro, mas caso o Brasil termine entre as dez maiores potências dos Jogos no Rio de Janeiro, será o maior resultado na história. A melhor colocação foi em sua primeira participação (15º na Antuérpia 1920) e o maior número de medalhas conquistadas foi na última edição (17 em Londres 2012).

O desafio do Brasil é manter essa tendência de crescimento dos países-sede. E, por mais que em todos os Jogos Olímpicos ocorram surpresas – boxe brasileiro em 2012, por exemplo – as conquistas devem se concentrar nas modalidades nas quais o Brasil tradicionalmente sobe no pódio: judô, vôlei, natação e vela.

Desde 1984, o judô conquistou medalhas em todas as edições de Jogos Olímpicos. É a modalidade esportiva na qual o Brasil possui as melhores chances de medalhas. No Mundial disputado no Rio, no ano passado, foram seis. Segunda colocada no ranking mundial da categoria ligeiros (até 48 quilos) e atual campeã olímpica, Sarah Menezes é o principal destaque.

Rafael Silva, o Baby, e Mayra Aguiar, ambos bronze em Londres, Érika Miranda, Maria Suelen Altheman e Rafaela Silva – a primeira brasileira campeã mundial – estão bem colocados em suas categorias e seguem no topo da elite do judô mundial. Além disso, Tiago Camilo, dono de uma prata e um bronze olímpicos, tem a experiência de ter participado de três Jogos.

Com 20 medalhas, o vôlei é a modalidade que mais medalhas deu ao esporte brasileiro na história. E em ambas as categorias – de quadra e de praia – o Brasil pode repetir Londres e conquistar no mínimo quatro medalhas. Apesar de decepcionar na última Liga Mundial, realizada no Rio de Janeiro, a equipe masculina comandada pelo técnico Bernardinho segue líder do ranking mundial. A equipe feminina é a atual bicampeã olímpica.

E no vôlei de praia o Brasil ocupa as duas primeiras posições do ranking mundial masculino (Alison/Bruno Schmidt e Evandro/Pedro Solberg), além de ter três duplas femininas entre as quatro melhores do mundo, incluindo as campeãs mundiais Ágatha e Bárbara Seixas.

Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, a natação foi o grande destaque da delegação brasileira, com 26 medalhas. Thiago Pereira conquistou cinco (três ouros, uma prata e um bronze) e se tornou o recordista da história dos Jogos Pan-Americanos (23 medalhas).

No ano passado, os nadadores brasileiros colocaram o país no topo do quadro de medalhas do Mundial de piscina curta com dez, sendo sete de ouro. Além de César Cielo, a natação brasileira tem nomes de peso como Bruno Fratus e Felipe França, que faturou cinco ouros no Mundial de piscina curta em Doha.

Fora das piscinas, o Brasil conta com duas das melhores nadadoras do mundo na maratona aquática. Poliana Okimoto, que sofreu um choque térmico nos Jogos de 2012, foi campeã mundial em 2013, seguida por Ana Marcela Cunha. No Mundial de 2015, em Kazan, na Rússia, Ana Marcela garantiu o bronze, e Poliana ficou na sexta colocação. No masculino, Allan do Carmo é esperança de medalha.

A vela é o esporte dos dois recordistas de medalhas olímpicas do Brasil: Robert Scheidt e Torben Grael, com cinco cada. De volta à classe laser, Scheidt conquistou a prata em Toronto. Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs mundiais na classe 49er FX e eleitas as melhores velejadoras do mundo em 2014, também são esperanças de medalha, assim como Jorge Zarif, campeão mundial da classe Finn, em 2013, e Ricardo Winicki Santos, o Bimba, atual vice-líder do ranking mundial da classe RS-X.

O Brasil também carrega boas chances de conquistar medalhas em outras modalidades. Nos esportes individuais, destaque para o ginasta Arthur Zanetti, atual campeão olímpico e campeão mundial de 2013 nas argolas. Seu desempenho também pode ajudar o Brasil a brigar por medalha na competição por equipes da ginástica artística.

No atletismo, duas mulheres figuram entre as melhores do mundo em suas categorias. Fabiana Murer é a atual quarta colocada do ranking mundial do salto com vara feminino. Provavelmente em seus últimos Jogos Olímpicos, a atleta tentará de tudo para apagar as frustrantes participações de 2008 e 2012, quando, segundo ela, teve a vara de salto roubada e foi prejudicada pelo vento, respectivamente.

Já no pentatlo moderno – modalidade que consiste nas provas de hipismo, esgrima, natação, tiro esportivo e corrida –, a pernambucana Yane Marques, bronze em Londres e medalhista nos mundiais de 2013 e 2015, terá o complicado desafio de superar a alemã Lena Schoeneborn, atual campeã mundial, e a lituana Laura Asadauskaite, ouro 2012.

Na canoagem, o baiano Isaquias Queiroz domina a prova não olímpica do C1 500m, onde é atual bicampeão mundial. Nas provas olímpicas C1 1.000m, C1 200m e C2 200m, ele soma medalhas nos dois últimos mundiais. No feminino, Ana Sátila, que esteve em Londres 2012 com apenas 16 anos de idade, é campeã mundial júnior de slalom e uma das grandes apostas do esporte brasileiro.

Nos esportes coletivos, destaque para a seleção feminina de handebol, atual campeã mundial, e que conta com Alexandra Nascimento e Duda Amorim, eleitas as melhores jogadoras do mundo em 2012 e 2014, respectivamente. No tênis, a dupla formada por Marcelo Melo e Bruno Soares tem boas chances de subir no pódio. Com parceiros diferentes, Marcelo Melo foi campeão de duplas de Roland Garros, em 2015, e Bruno Soares foi bicampeão de duplas mistas do US Open.

Por fim, o futebol. O sonho do inédito ouro olímpico para o Brasil persiste tanto no masculino quanto no feminino. Após a frustração pela prata em 2012, o craque Neymar já está em negociação com o Barcelona para ser liberado para os Jogos – o capitão da seleção brasileira seria chamado para uma das vagas para jogadores acima de 23 anos, e o time catalão não tem obrigação de liberar o atleta.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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