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2010 iguala recorde de anos mais quentes da história, diz agência da ONU

Ano que passou teve temperaturas tão altas como 2005 e 1998, os anos mais quentes segundo a Organização Mundial de Meteorologia.

20 jan 2011 - 13h35
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A agência da ONU para estudos meteorológicos, Organização Mundial de Meteorologia (OMM), informou que o ano de 2010 foi o mais quente da história, com uma média de temperatura empatada a outros dois anos.

Segundo a agência, as temperaturas registradas no ano de 2010 podem ser comparadas às temperaturas registradas nos anos de 2005 e 1998, que até então vinham sendo considerados os mais quentes.

Em 2010 a temperatura média global foi 0,53 graus acima da média registrada entre 1961 e 1990, que foi de 14 graus.

Este valor é 0,01 graus acima da temperatura nominal em 2005 e 0,02 graus acima da temperatura de 1998.

Mas, a diferença entre os três anos é menor que a margem de incerteza (0,09 graus para cima ou para baixo), por isso, para a agência, não há uma diferença estatística significativa entre os três anos.

"Os dados de 2010 confirmam uma tendência significativa de aquecimento no longo prazo da Terra", afirmou o secretário-geral da agência, Michel Jarraud. "Os dez anos mais quentes já registrados ocorreram todos desde 1998."

Os dados para medir a temperatura média começaram a ser compilados em 1850, de acordo com a OMM.

Eventos extremos

Segundo a OMM, 2010 "foi um ano excepcionalmente quente na maior parte da África e no sul e oeste da Ásia, na Groenlândia e na região ártica do Canadá, com muitas partes destas regiões tendo seus anos mais quentes já registrados."

"A cobertura de gelo do mar do Ártico, em dezembro de 2010, esteve em seu nível mais baixo já registrado, com a extensão média mensal de 12 milhões de quilômetros quadrados, 1,35 milhão de quilômetros quadrados abaixo da média registrada para dezembro entre 1979 e 2000", afirma a agência da ONU.

As estatísticas usadas pela agência da ONU foram baseadas em dados levantados pelo Escritório Meteorológico Britânico Centro Hadley, pelo Centro Nacional de Dados Climáticos dos Estados Unidos e a Nasa, a agência espacial americana.

A OMM afirma também que 2010 foi marcado "por um alto número de eventos meteorológicos extremos, incluindo a onda de calor na Rússia e as enchentes devastadoras da época de monções no Paquistão".

Entre outros grandes eventos climáticos de 2010 e início de 2011 listados pela OMM estão as enchentes na Austrália, no Sri Lanka e na região serrana do Rio de Janeiro.

Segundo a organização, as chuvas torrenciais na Austrália são associadas ao La Niña, um fenômeno climático que ocorre quando a temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico fica mais fria do que o normal. Por causa da dimensão da massa de água, a queda de temperatura modifica a circulação atmosférica naquela região.

Outros eventos extremos em 2010 foram marcados pelas temperaturas baixas.

"Em grandes partes do norte e do oeste da Europa o frio foi fora do normal, com temperaturas médias mensais até dez graus mais baixas do que o normal em alguns locais na Noruega e Suécia. Muitos lugares na Escandinávia tiveram o mês de dezembro mais frio já registrado."

"O mês de dezembro na região central da Inglaterra foi o mais frio desde 1890. Nevascas pesadas interromperam os transportes em muitas partes da Europa. Também foi mais frio do que a média em grandes partes da Federação Russa e no leste dos Estados Unidos, onde a neve também interrompeu os transportes."

A declaração da agência também destaca que "dezembro de 2010 foi excepcionalmente quente no leste do Canadá e na Groenlândia".

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